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EQUIPA PORTUGUESA INTEGRA INICIATIVA MUNDIAL PARA INVESTIGAR BIODIVERSIDADE ATRAVÉS DO DNA

EQUIPA PORTUGUESA INTEGRA INICIATIVA MUNDIAL PARA INVESTIGAR BIODIVERSIDADE ATRAVÉS DO DNA

O projecto pretende estudar a imensa diversidade de artrópodes terrestres distribuída por todo o planeta, recorrendo a uma técnica inovadora de identificação através do DNA.

 

Abelhas, besouros, borboletas, libelinhas, aranhas e escorpiões são apenas alguns exemplos entre os artrópodes – grupo que concentra cerca de 80% de todas as espécies de animais conhecidas pelo Homem. Têm grande importância ecológica, sendo elementos fundamentais das cadeias alimentares, e também económica, por exemplo nos casos das abelhas ou de insectos que são pragas agrícolas. É precisamente para estudar estes animais em Portugal que o CIBIO-InBIO acaba de integrar um projecto mundial que representa um passo crucial para o, até agora limitado, conhecimento sobre este grupo.


Global Malaise Program é liderado pelo Centre for Biodiversity Genomics da Universidade de Guelph (Canadá) e envolve mais de 60 instituições espalhadas por cerca de 30 países. A metodologia estabelecida pelos investigadores canadianos passa pela utilização de armadilhas Malaise para a recolha dos animais, e pela análise ao DNA para a identificação das espécies. Estas armadilhas são estruturas em forma de tenda desenvolvidas nos anos 1930 por um entomólogo e coleccionador de insectos, as quais possibilitam largas amostragens de artrópodes terrestres, permitindo a recolha de informação detalhada.


Recorrendo a uma técnica denominada DNA barcoding, ou código de barras de DNA, o projecto já catalogou mais de 106 mil espécies de todo o mundo, das quais cerca de metade ainda não tinha sido registada na base de dados genéticos mundial, o sistema BOLD (Barcode of Life Data Systems).


O que é o DNA barcoding?


Em biologia, “códigos de barras” são segmentos curtos de DNA que podem ser analisados para distinguir as diferentes espécies existentes. Esta técnica é particularmente importante em situações em que a análise somente das características morfológicas não é conclusiva, por exemplo, no caso das larvas de insectos de aparência idêntica mas que pertencem a espécies distintas.


A identificação de um organismo através deste método baseia-se na comparação dos “códigos de barras” com uma base de dados na qual diferentes espécies estão catalogadas. De acordo com Pedro Beja, investigador do CIBIO-InBIO e coordenador do projecto EnvMetaGen, “a criação dessas bases de dados requer esforços consideráveis para que toda a biodiversidade do planeta seja catalogada”.


À descoberta dos artrópodes portugueses


A biodiversidade de artrópodes está longe de estar bem representada nas bases de dados existentes actualmente. Os códigos de barras de cerca de 700 espécies de artrópodes encontradas em Portugal foram catalogados no sistema BOLD. Mas ainda há muito por conhecer.

 

“Espera-se que a participação do país nesta iniciativa contribua para um avanço gigantesco na caracterização das espécies deste grupo em Portugal”, refere Sónia Ferreira, investigadora do CIBIO-InBIO e responsável pela colaboração com o Global Malaise Program.


A investigadora explica que “foram instaladas duas armadilhas Malaise em dois locais representativos de diferentes regiões biogeográficas: uma em Vila do Conde, na região Eurosiberiana; e uma outra no concelho de Vimioso, no Baixo Sabor, na região Mediterrânica. Durante um ano, as amostras das comunidades de artrópodes serão semanalmente recolhidas e enviadas para análise no Canadá”.


O projecto EnvMetaGen CIBIO-InBIO é financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, e tem como objectivo central fomentar a investigação em metagenómica ambiental. A iniciativa enquadra-se também nas actividades do Sítio de Investigação Ecológica de Longo Termo do Baixo Sabor. Este sítio faz parte de uma rede mundial, que compreende centenas de locais de investigação em diferentes ecossistemas, estabelecida com o intuito de melhor compreender as alterações ambientais.

 

 

Imagens:
Imagem 1 e 2. Armadilhas Malaise instaladas em Portugal | Créditos de imagem: Sónia Ferreira

2018-02-21
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