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Revelado um mecanismo que permite às plantas lidar com o stress climático

Revelado um mecanismo que permite às plantas lidar com o stress climático
Num estudo publicado recentemente na revista científica Plant Physiology, uma equipa coordenada por investigadores do BIOPOLIS/CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, InBIO Laboratório Associado da Universidade do Porto), ajuda a compreender um mecanismo que permite às plantas responderem ao stress ambiental.

As alterações climáticas têm um impacto enorme na economia, bem-estar e nutrição humana, nomeadamente ao afetar a produção e qualidade dos alimentos. As plantas são as que mais sofrem com estas alterações, uma vez que são organismos "imóveis” e daí constantemente expostos aos fatores ambientais, necessitando de responder com estratégias eficientes que permitam, por exemplo, a captura de mais água em momentos de seca, ou a produção de compostos isoladores para proteger as folhas do calor.

Este estudo revela que uma molécula, chamada "SUMO” e que funciona como um interruptor celular ligando e desligando proteínas, é essencial para manter controlados os níveis de diferentes tipos de compostos químicos que interferem com a resposta das plantas a condições adversas.

Em condições de stresse ambiental, animais e plantas produzem compostos químicos designados espécies reativas de oxigénio (ROS, do inglês), que conduzem ao stresse oxidativo que tanto se fala a nível das dietas.

Por outro lado, a investigação mais recente tem vindo a evidenciar que mais do que apenas moléculas tóxicas para o organismo, estes compostos desempenham muitas funções absolutamente vitais para os seres vivos. "O segredo está em manter a produção de ROS a um nível controlado, evitando o excesso que poderá ser prejudicial ou até mesmo letal para o organismo” revela Herlander Azevedo, investigador do BIOPOLIS-CIBIO e um dos coordenadores do estudo.

"Este mecanismo é muito conservado. Muitas doenças humanas (e.g. neurodegenerativas, cancro) estão associadas ao mau funcionamento deste interruptor, sendo que a nossa investigação contribui para compreender processos que são essenciais em organismos tão diferentes como uma planta e um animal”, salienta Pedro Humberto Castro, também ele coordenador deste estudo.

O maior conhecimento agora alcançado sobre o interruptor SUMO e o controlo dos níveis de espécies reativas de oxigénio em plantas, poderá ser importante para a procura fundamentada de plantas mais tolerantes aos diversos stresses provocados pelas alterações climáticas.

Artigo original: 
Castro PH, Couto D, Santos MA, Freitas S, Lourenço T, Dias E, Huguet S, Marques da Silva M, Tavares RM, Bejarano ER, Azevedo H (2022) SUMO E3 Ligase SIZ1 connects sumoylation and reactive oxygen species homeostasis processes in Arabidopsis. Plant Physiology 189(2):934–954.
DOI: 10.1093/plphys/kiac085

Imagens:
Imagem 1. As plantas com o SUMO desregulado (imagens inferiores) acumulam mais espécies reativas de oxigénio (da esquerda para a direita: peróxido de hidrogénio, superóxido e oxigénio singleto) relativamente à planta selvagem | Créditos de imagem: Pedro Humberto Castro

2022-07-14
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