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Serpentes invasoras: de onde e para onde?!

Recentemente, uma equipa multidisciplinar que inclui os investigadores do CIBIO-InBIO Iolanda Silva-Rocha, Daniele Salvi e Miguel A. Carretero, bem como representantes do Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais da Universidade do Porto e da Associação Herpetológica Espanhola, efectuou uma análise exaustiva deste processo de invasão. Os resultados obtidos neste estudo acabam de ser publicados pela revista PLOS One. Através da combinação de marcadores moleculares e de modelos de nicho ecológico, os investigadores conseguiram determinar quer os potenciais percursos de invasão, quer as futuras áreas de expansão destas serpentes invasoras.

 

Infelizmente, os resultados deixam pouca margem para optimismo: a maioria das espécies parece ser oriunda de Península Ibérica e os modelos prevêem a sua expansão ao longo da maior parte do arquipélago, caso não sejam tomadas medidas adequadas. Para além disso, os dados recolhidos pelos investigadores também sugerem que estas espécies serão beneficiadas pelas alterações climáticas. Os inesperados veículos de invasão são as velhas e ocas oliveiras plantadas em jardins e rotundas, que se tornaram numa moda ao longo do Mediterrâneo e uma ameaça potencial ao biota autóctone.

 

Este estudo demonstra que a combinação de ferramentas moleculares e ecológicas constitui uma abordagem promissora para compreender o complexo processo de invasão, que, por isso, é especialmente útil para a definição de acções de conservação. Decisões urgentes estão neste momento na mão dos decisores políticos. E toda a relevância da situação se enaltece atendendo ao facto de que, de acordo com a literatura, sabemos que reagir demasiado tarde aumenta a probabilidade das medidas tomadas serem ineficazes, ou, pelo menos, muito mais dispendiosas.

 

Artigo original:
Silva-Rocha I, Salvi D, Sillero N, Mateo JA, Carretero MA (2015) Snakes on the Balearic Islands: an invasion tale with implications for native biodiversity conservation. PLOS ONE. DOI: 10.1371/journal.pone.0121026.

 

Sobre os Autores:
Iolanda Silva-Rocha, Daniele Salvi e Miguel A. Carretero
CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, InBIO Laboratório Associado, Vairão, Portugal

 

Neftalí Sillero
CICGE - Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros

 

Jose A Mateo
Servei de Protecció d’Espècies, Govern de les Illes Balears

 

Imagens:

Figura 1. Hemorrhois hippocrepis. Créditos: AHE (Asociación Herpetológica Española)

Figura 2. Rhinechis scalaris. Créditos: AHE (Asociación Herpetológica Española)

Figura 3. Malpolon monspessulanus. Créditos: AHE (Asociación Herpetológica Española)

2015-04-09
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