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Equipa luso-brasileira e australiana ajuda a prever os padrões de ocupação de áreas colonizadas por espécies invasoras

Equipa luso-brasileira e australiana ajuda a prever os padrões de ocupação de áreas colonizadas por espécies invasoras

Num estudo publicado ontem pela prestigiada revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), uma equipa de investigadores de Portugal, Brasil e Austrália, que inclui dois investigadores do CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos/ InBIO Laboratório Associado, explica como se podem prever os padrões de distribuição das espécies invasoras atendendo não só às suas limitações fisiológicas, mas também às interacções que estas estabelecem com outras espécies.

 

Para o fazer, os investigadores utilizaram como exemplo o sapo cururu (Rhinella marina). Esta espécie, oriunda da América do Sul e da América Central, foi introduzida na Austrália na década de 30 com o objectivo de controlar pragas da cana-de-açúcar, o que curiosamente levou a que seja também conhecida como sapo-de-cana-do-açúcar. Paradoxalmente, apesar do objectivo com que foi inicialmente introduzido, o sapo cururu é actualmente considerado uma praga.

 

Devido ao seu forte impacto na biodiversidade local, os investigadores australianos têm vindo a desenvolver amplos esforços no sentido de estudar as populações deste animal. Contudo, para perceberem exactamente como controlar esta praga, precisavam de conhecer a biologia da espécie no seu habitat natural. E foi neste contexto que Reid Tingley e Michael R. Kearney, da Universidade de Melbourne se cruzaram com o investigador brasileiro Marcelo Vallinoto (Universidade do Pará e CIBIO-InBIO) e o investigador português Fernando Sequeira (CIBIO-InBIO), que desde há muito colaboram no estudo desta espécie. A profícua colaboração entre a Universidade do Pará e o CIBIO-InBIO remonta a 2008, estando neste momento a ser consolidada através da génese de um novíssimo twinlab que permitirá intensificar e expandir a interacção entre as equipas de investigação de ambas as instituições. É então através do encontro com esta aliança luso-brasileira que se gera a interessante equipa envolvida neste estudo.

 

Aplicando uma metodologia inovadora que integra informação sobre diversas áreas da biologia de um organismo, desde a ecologia e a fisiologia, a equipa verificou que a espécie ocupa uma área de distribuição muito mais ampla em território australiano do que a originalmente registada no continente americano. Os investigadores demonstraram que as interacções com outros seres vivos podem ter um papel mais determinante do que as condições climáticas nos processos de ocupação do habitat e definição de nicho ecológico. Estes resultados têm importantes implicações para definição de estratégias eficientes de gestão e conservação, sobretudo quando se considera a ocorrência de alterações nas condições dos habitats, desencadeadas quer pela acção directa do Homem, quer por alterações climáticas.

 

Para saber mais sobre estudo e para consultar algumas imagens, consulte o documento em anexo.

 

Artigo original:
Tingley R, Vallinoto M, Sequeira F, Kearney MR (2014) Realized niche shift during a global biological invasion. Proceeding of the National academy of Sciences, (Early Edition). DOI: 10.1073/pnas.1405766111.

 

Sobre os Autores:
Reid Tingley - School of Botany, The University of Melbourne, Australia
Marcelo Vallinoto - Universidade Federal do Pará, Brasil & CIBIO- Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos/ InBIO Laboratório Associado, Universidade do Porto, Portugal
Fernando Sequeira - CIBIO- Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos/ InBIO Laboratório Associado, Universidade do Porto, Portugal
Michael R. Kearney - Department of Zoology, The University of Melbourne, Australia

 

 

2014-07-01
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